terça-feira, 15 de abril de 2014

Mafalda animada

Realmente não há quem não goste da Mafalda, a personagem criada pelo cartunista argentino Quino, é a epítome dos anos 1960, é o questionamento, a reflexão, a procura do entendimento do mundo, da busca pela paz. É um misto de inocência e maturidade, inquietude com o mundo e pensamento pueril. Mafalda é uma filosofa.
Que tal vermos Mafalda em ação, só que em vídeos? Eis alguns episódios de "Mafalda la serie animada", exibida na TV argentina. Os vídeos não têm falas, apenas as ações dos episódios, que são curtos.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

"O juramento dos Horácios" (Jacques-Louis David)

Mais uma belíssima pintura para analisarmos. "O juramento dos Horácios", de David, pintado em 1784, cinco anos antes do início da Revolução Francesa. A tela nos mostra três irmãos fazendo um juramento de antes de uma batalha, em que lutarão pela República Romana. Isso porém, trará consequências tristes para a família. David quis defender a importância do patriotismo e do dever pela pátria, acima da própria vida, dos próprios interesses. Eis o vídeo que explicará a história melhor. Bom aprendizado!

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A pirâmide de Paris

Quando o ilustre arquiteto sino-americano I.M. Pei, de 67 anos, apresentou a planta para um anexo do Museu do Louvre, em Paris, em 1984, provocou um polarizado debate doméstico. Ele ganhara fama, em 1964, com seu projeto para a Biblioteca Memorial John F. Kennedy, em Boston. E planejava construir uma pirâmide de vidro com mais de 21 metros de altura para servir como uma espécie de claraboia para as instalações subterrâneas do Louvre. Para os críticos, a proposta era mais adequada ao Egito do que à França; e protestaram que o arquiteto não deveria mexer com uma das instituições mais sacrossantas do país. O presidente François Mitterrand foi condenado por ter aprovado o plano. Mas quando a construção começou, a pureza de suas linhas e a reverência pela geometria- uma paixão francesa- reverteram a "batalha da pirâmide" a favor de Pei. Ele se sentia à vontade com museus: vencera a concorrência pela força da triangular Ala Leste, que construíra para a Galeria Nacional de Arte, em Washington, em 1978.
A pirâmide francesa foi inaugurada em 1989- exatamente um século depois de a Torre Eiffel nascer em meio a uma polêmica semelhante. Os visitantes ficaram maravilhados com os resplandescentes painéis de vidro emoldurados em uma rede de delgados cabos de metal. A obra-prima de Pei, construída onde antes fora um estacionamento, foi cercado por pirâmides menores. Descendo pela escada em espiral, havia novas instalações que deveriam livrar o Louvre de sua fama de um dos grandes museus menos atraentes do mundo.

Janelas para a arte

A pintura acima se chama Janelas abertas simultaneamente, foi pintada em 1912, pelo pintor cubista Delaunay. A obra faz parte da série "As janelas", na qual Guillaume Apollinaire se inspirou para escrever o poema As janelas. Eis um trecho do poema: "Do vermelho ao verde todo amarelo morre/ Quando cantam as araras nas florestas natais [...] Aves chinesas de uma asa só voando em dupla/ É preciso um poema sobre isso/ Enviaremos mensagem telefônica/ Traumatismo gigante/ Faz escorrer os olhos/ Garota bonita entre jovens turinenses/ O moço pobre se assoava na gravata branca/ Você vai erguer a cortina/ E agora veja a janela se abre [...] Ó Paris/ Do vermelho ao verde todo jovem perece/ Paris Vancouver Hyère Maintenon Nova York e Antilhas/ A janela se abre como uma laranja/ O belo fruto da luz" (Apollinaire, tradução de Décio Pignatari)

sábado, 5 de abril de 2014

"Os embaixadores" (Hans Holbein)

Mais uma belíssima pintura pra gente apreciar e esmiuçar. O quadro "Os embaixadores" foi pintado por Hans Holbein, em 1533, e retrata o encontro entre dois embaixadores franceses em Londres. O quadro está repleto de simbolismos, que o pintor colocou para aludir a tensão da época (A Igreja da Inglaterra estava prestes a se separar da Católica). Eis o vídeo e bom aprendizado! O vídeo não explica bem, portanto vou fazer uma breve explanação sobre o que estava acontecendo: o rei da Inglaterra, Henrique VIII, queria se separar de sua esposa Catarina de Aragão para casar-se com sua amante, Ana Bolena, por quem estava apaixonado. Portanto, pediu a permissão do papa para se divorciar de sua esposa. Como sabemos, a Igreja não permite a separação dos casais. Sendo assim, o papa Clemente VII se recusou a anular o casamento do rei com Catarina, e ainda mais pra ele se casar com a amante! Furioso com a negação do papa, o rei Henrique resolveu rejeitar sua autoridade. Declarou em 1534, a Igreja da Inglaterra (Anglicana) separa da de Roma (do papa), divorciou-se de Catarina e casou-se com Ana. Até hoje a Igreja Anglicana permanece separada da católica. Em 1536, porém, Henrique VIII deu ordens para que se decapitasse sua esposa, Ana Bolena, porque ela não conseguiu lhe dar o filho homem que nunca tivera! (e por suspeitas de adultério dela)...

terça-feira, 1 de abril de 2014

Rachel e o pronome oblíquo

A grande escritora cearense Rachel de Queiroz (1910-2003), responsável por sucessos de nossa literatura, como O Quinze, Memorial de Maria Moura e João Miguel também trabalhou como jornalista, escrevendo crônicas para jornais como O Povo de Fortaleza, O Estado de S.Paulo e a extinta revista O Cruzeiro. Em uma crônica publica no jornal O Estado de S. Paulo em 1996, ela nos conta o seguinte: "Me lembro de certa vez, quando colaborava no finado Correio da Manhã. Vi devolvida, riscada a lápis vermelho, uma frase iniciada por pronome oblíquo: 'Me parece...' O papel me voltou rodeado por um círculo vermelho, como um sol de fogo. E quem o traçara fora o próprio secretário do jornal, o dr. Costa Rego em pessoa. Meninas são atrevidas e eu ousei obtemperar (em lápis azul): 'Mas o Mario de Andrade escreve assim...' 'A senhora não se chama Mario de Andrade, corrija o texto.' Com mão de revolta corrigi o texto para 'Parece-me...' Acho que foi nesse dia que se agravou o meu surto comunista. Mas, revoltada embora, quem ousaria, naquela redação, discutir (principalmente português!) com o mestre Costa Rego?" (O Estado de S. Paulo, 16/11/1996)