quarta-feira, 9 de abril de 2014
A pirâmide de Paris
Quando o ilustre arquiteto sino-americano I.M. Pei, de 67 anos, apresentou a planta para um anexo do Museu do Louvre, em Paris, em 1984, provocou um polarizado debate doméstico. Ele ganhara fama, em 1964, com seu projeto para a Biblioteca Memorial John F. Kennedy, em Boston. E planejava construir uma pirâmide de vidro com mais de 21 metros de altura para servir como uma espécie de claraboia para as instalações subterrâneas do Louvre. Para os críticos, a proposta era mais adequada ao Egito do que à França; e protestaram que o arquiteto não deveria mexer com uma das instituições mais sacrossantas do país. O presidente François Mitterrand foi condenado por ter aprovado o plano.
Mas quando a construção começou, a pureza de suas linhas e a reverência pela geometria- uma paixão francesa- reverteram a "batalha da pirâmide" a favor de Pei. Ele se sentia à vontade com museus: vencera a concorrência pela força da triangular Ala Leste, que construíra para a Galeria Nacional de Arte, em Washington, em 1978. A pirâmide francesa foi inaugurada em 1989- exatamente um século depois de a Torre Eiffel nascer em meio a uma polêmica semelhante. Os visitantes ficaram maravilhados com os resplandescentes painéis de vidro emoldurados em uma rede de delgados cabos de metal. A obra-prima de Pei, construída onde antes fora um estacionamento, foi cercado por pirâmides menores. Descendo pela escada em espiral, havia novas instalações que deveriam livrar o Louvre de sua fama de um dos grandes museus menos atraentes do mundo.
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