quarta-feira, 23 de julho de 2014
O imperador e o telefone
"To be or no to be, that's the question" (Ser ou não ser, eis a questão), uma frase mundialmente conhecida, pronunciada por um certo príncipe da Dinamarca, oriunda da imaginação prolixa de Shakespeare. Merecendo até uma modificação de Oswald de Andrade: "Tupi or no Tupi, that's the question" (era uma pretensão do modernista transformar o idioma Tupi em língua nacional, um Policarpo Quaresma da vida). Esta frase também foi pronunciada por um personagem importante de nossa história, em um momento célebre.
Em 1876, ocorreu a Exposição da Filadélfia, em comemoração ao centenário da independência dos Estados Unidos. Dom Pedro II foi até lá, e fez parte da comissão julgadora. Ao passar pelo estande de Graham Bell, o imperador foi convidado pelo inventor (os dois já haviam se conhecido, em Boston, na escola de surdos-mudos de Bell) para fazer o primeiro teste público do aparelho criado por ele-o telefone. Ele pediu ao soberano brasileiro que falasse alguma coisa. Dom Pedro II, em um de seus lampejos de erudição, disse ao telefone: "To be or no to be, that's the question." E ainda acrescentou "Meu Deus, isto fala!"
Dom Pedro II foi um entusiasta do telefone. No mesmo ano (1876), Graham Bell recebeu a patente pela invenção do telefone. E um aparelho telefônico foi instalado no Palácio São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
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